- Oh meu Deus, este mundo está perdido!
- E um gps, não?
Este minúsculo diálogo fez com que me perdesse a pensar...
Primeiro quem precisa de gps não é o mundo, mas sim as pessoas que vivem no mundo. Este objecto tão vulgar nos dias que correm nem sempre é a solução para se chegar ao destino, até porque muito boa gente o tem apenas porque o tem e a sua utilização normalmente leva-os a sitios bastante distintos do seu destino. Em suma perdem-se.
Mas a culpa de se perderem é do gps?
Relembremos o antepassado do gps, o Mapa, e vamos nos restringir ao mapa das estradas de Portugal.
Um bom Tuga tem o mapa das estradas no porta-luvas mas, das duas uma, ou não o utiliza porque não dá jeito ter de desdobrar aquilo, aquele tamanho não dá jeito depois para dobrar direito é preciso ter jeito e tal e coisa, ou o utiliza observando estradas nacionais, autoestradas e mais não sei o quê e no final... Perde-se.
Nada como ser old school e abrir a janela do automóvel, colocar a cabeça de fora e:
- Ó Senhor! Desculpa lá, mas pode me dizer como vou para não sei lá o quê?
- Olhe amigo, você vai sempre em frente depois vira para cima, depois para baixo, depois segue em frente, depois tem uma farmácia e depois vira para a esquerda... não direita, segue, segue, segue e está lá. Percebeu?
- Sim, sim. Obrigada.
Fecha-se a janela e vem o pensamento: Pronto, vou me perder...
Resumindo as pessoas perdem-se porque têm a mania de saber para onde querem ir mas sem saber como lá chegar.
Mais vale ir e chegar.
E assim não nos perdemos no mundo nem deixamos o mundo perdido.
...
Acho que me perdi...